sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Fio Egípcio?


De repente todo mundo pergunta: esta camisa é de fio egípcio? O que significa isso? Que diferença isto faz para mim. O fio egípcio é melhor?

Para responder a esta pergunta, vamos resumir. O chamado algodão egípcio ficou famoso nos século XIX devido à fibra longa do algodão que deixa o tecido mais macio. Há outros excelentes algodões de fibra longa produzidos nos Estados Unidos, Peru, Austrália e outros países com qualidade que compete diretamente com o Egito.

Para o resultado final do tecido, há inúmeras variáveis além do fio, que implicam em todo o processo de produção. Há ótimos fios no mundo e o algodão egípcio virou uma espécie de mito.

O Egito exporta seus melhores algodões para as empresas Americanas, Européias e Japonesas há muitos anos, pois ali encontramos as marcas mais famosas e clientes mais exigentes, porém a sua produção é pequena.

E o Brasil? De repente todo mundo vende algodão egípcio. O Egito não produz 0,5 % do algodão mundial. Há um exagero na referência ao algodão egípcio, iniciando com produtos com mistura de fibras, produtos que podem usar alguma artimanha para serem chamados de egípcio, algodões oriundos do Egito, porém de má qualidade, produtos que passam pelo Egito e até a mentira descarada, que parece ser a maior parte. O pior de tudo, é que se anuncia o seu produto como algodão egípcio com preço de fim de feira, confiando que o consumidor será leigo e facilmente enganado.

Como conselho ao consumidor, esqueça a denominação de algodão egípcio e procure a qualidade do produto, que em grande parte é perceptível ao toque da mão. Se o vendedor tiver como provar que o algodão é egípcio, que não seja uma simples declaração dele ou etiqueta, ainda sim, confie mais na sua sensibilidade.

No caso de camisaria, no Brasil somente uma tecelagem pequena realmente fabrica com algodão egípcio uma parte pequena de sua produção. Será que dá para todo o mercado? 99% dos tecidos de camisaria importados vêm da China, Índia e vizinhos. Não são egípcios.

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